Uma pequena introdução do que é e como surgiu a sistemática filogenética.

O grande evolucionista por todos nós conhecido, Charles Darwin, em 1859 foi o responsável pelo reconhecimento de que as espécies compartilham relações de parentesco, ou seja, as espécies descendem umas das outras através do processo de especiação, no qual algumas situações geram a formação de novas espécies. O que aconteceria se uma população se encontrasse separada por uma barreira geográfica? Certamente, não mais se intercruzariam, interrompendo desta maneira o fluxo gênico, ou seja, as trocas genéticas entre as porções da população segregada. Obviamente, sob pressões seletivas diferentes, estas duas populações seguem seus cursos evolutivos de forma independente, a ponto de gerar uma incompatibilidade reprodutiva entre os grupos separados pela barreira. Uma outra forma de especiação ocorre quando duas espécies se intercruzam e acabam produzindo um descendente fértil, quando este fenômeno ocorre, temos um caso de hibridização. Todas essas formas de especiação são responsáveis pela grande diversidade biológica existente hoje em nosso planeta. Darwin, ao afirmar que as espécies compartilham relações de parentesco, ressaltou que a evolução possuía um padrão filogenético. Pois bem, sabemos então que existe uma relação genealógica entre as espécies, porém como determinar essas relações entre toda essa diversidade de espécies? Todos os métodos existentes para classificar os organismos estão baseados em suas similaridades, no entanto, algumas características são mais significativas do outras, e para avaliar esta importância relativa entre as características, um entomólogo alemão chamado Willi Hennig  teve a grande idéia de desenvolver um método para estabelecer as relações evolutivas entre as espécies, no qual um grupo de organismos estão relacionados por um ancestral comum, o que explica as similaridades entre os organismos daquele táxon. Este método é chamado de sistemática filogenética, nosso objeto de estudo neste blog, juntamente com a zoologia e o ensino. Trabalhar a zoologia no aspecto da sistemática filogenética é incluir uma das coisas que há de mais importante na biologia, a evolução dos organismos. Queremos entender por que a sistemática é tão pouco trabalhada nas escolas. Acreditamos que desenvolver técnicas que facilitem o processo de ensino-aprendizagem pode ajudar a mudar esta realidade no ensino de zoologia.

Charles Darwin e Willi Hennig